26/03/09

Alta tensão/Almada: Moradores acusam governo de não proteger a população

Almada, 26 Mar(Lusa) - A Associação de Moradores Contra a Linha de Muita Alta Tensão (LMAT) de Almada acusou hoje o governo de não mostrar interesse em proteger a população dos efeitos nocivos provocados pelas linhas ao chumbar um projecto-lei da oposição.

“O chumbo do PS à proposta que visa regulamentar a exposição das populações às radiações electromagnéticas só revela que o governo não está interessado em proteger as crianças dos efeitos nocivos provocados pelas LMAT”, afirmou hoje à Lusa Filipe Santos, presidente da associação de moradores.

Os moradores alertaram para o facto do governo continuar a manter a “irracionalidade” e a “irresponsabilidade” de construir escolas e habitações junto a postes de alta tensão sem apresentar “qualquer iniciativa” para a alteração legal.

Alegam ainda que se a medida tivesse sido aprovada isso aproximaria o país dos outros países da Europa.

Na origem destas acusações está o facto do governo ter “chumbado” quarta-feira os projectos de lei apresentados pela oposição para regulamentar as linhas de alta tensão, que defendem o "princípio da precaução" face a estudos que relacionam estas infra-estruturas com maior incidência de doenças.

O projecto de lei defende a criação de corredores para as linhas de alta tensão, evitando que estes sejam ocupados por outros projectos e que fiquem afastadas de equipamentos como escolas, hospitais e lares de terceira idade.

“Algum dos ministros ou dos deputados do PS querem ir morar para uma casa junto a um poste de alta tensão ou colocaria os seus filhos numa escola exposta a radiações electromagnéticas?” - questionaram os moradores.

“A actuação do PS só poderá receber o nosso repúdio e a garantia de que as populações vão continuar a lutar e a preparar um forte protesto nacional em nome da cidadania e da saúde pública”, disse Filipe Santos.

Desde o início do ano de 2008 que em Almada esta LMAT tem sido contestada quer pela autarquia e juntas de freguesia quer pelos moradores das zonas afectadas pela sua instalação (Lazarim-Trafaria).

Contactado pela Lusa, João Rafael Almeida, director de um dos estabelecimentos de ensino para onde está previsto um dos postes de alta tensão, afirmou que há um “autismo completo” por parte do governo.

O responsável acrescentou que o movimento dos moradores não pretende criar um sistema “perfeito”, mas sim um “mecanismo” de defesa dos cidadãos e das crianças para uma “perspectiva de futuro”.

No traçado das LMAT, no concelho de Almada, serão afectados três estabelecimentos de ensino o que, segundo os moradores, viola a proibição de estabelecer linhas aéreas sobre recintos escolares.

SYC

Lusa/Fim

18/11/08

Tribunal manda suspender a instalação da LMAT em Almada

Almada, 17 Nov (Lusa)- O Tribunal Central Administrativo do Sul mandou hoje suspender a instalação da Linha de Muito Alta Tensão entre Fernão Ferro e a Trafaria, no seguimento de uma acção cautelar interposta pela Câmara de Almada à REN, disse à agência Lusa fonte da autarquia.

Segundo a mesma fonte, a autarquia recebeu a notificação do Tribunal Central Administrativo do Sul hoje, ao final da tarde.

A decisão do tribunal, no âmbito de uma segunda acção cautelar interposta pela Câmara e Juntas de Freguesia do Concelho, em 19 de Agosto, contra a REN - Redes Energéticas Nacionais e Ministério da Economia e da Inovação, ordena a suspensão da instalação da Linha de Muito Alta Tensão entre Fernão Ferro e a Trafaria.

A Câmara escusou-se a prestar mais declarações sobre o assunto, remetendo mais explicações para terça-feira.

Contactada pela Lusa, fonte da REN referiu desconhecer a decisão do tribunal, acrescentando que a empresa não recebeu, até ao momento, qualquer notificação.

A Câmara de Almada e as Juntas de Freguesia do Concelho têm-se afirmado contra a instalação da Linha de Muito Alta tensão por considerarem que o traçado irá afectar três estabelecimentos de ensino, contrariando a proibição de estabelecer linhas aéreas sobre recintos escolares e ainda, por entenderem que o projecto constitui uma ofensa aos direitos fundamentais, entre eles o direito à saúde, ao ambiente e à qualidade de vida.

PYM.

Lusa/Fim

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24/09/08

Autarquia «estupefacta» com reiniciar das obras das linhas

A Câmara Municipal de Almada ficou "estupefacta" com a atitude da REN em reiniciar as obras da Linha de Muito Alta Tensão em Fernão Ferro-Trafaria, nos terrenos do município, com a autarquia a fazer um apelo ao ministro da Economia.

A presidente da autarquia, Maria Emília de Sousa, apelou ao Ministro da Economia para que "determine os procedimentos que sustenham a intimação ilegal da Direcção-Geral de Energia e Geologia e as obras da REN para a instalação da LMAT".

Em comunicado, a autarquia relembra que a 11 de Setembro recebeu do director-Geral de Energia e Geologia um ofício-intimação para, no prazo de 10 dias, disponibilizar as parcelas do domínio público ou privado municipal onde decorram as obras da REN, tendo em vista a implementação da Linha de Muito Alta Tensão.

Em resposta a esse ofício, a autarquia "repudiou veementemente" o seu conteúdo, não reconhecendo a intimação como aplicável e reiterando que a REN "não está autorizada a intervir nos terrenos de domínio público e privado municipal", até decisão definida em contrário dos tribunais competentes sobre os processos judiciais em curso.

A autarquia garante que já contactou a GNR para prestar "o apoio policial que for considerado adequado no sentido de ser reposta a legalidade que está a ser violada em prossecução dos trabalhos".

No passado sábado foi a Associação de Moradores contra a Linha de Muito Alta Tensão em Almada que realizou uma "homenagem irónica para com todos os benfeitores" da linha, como forma de protesto contra o "desrespeito" por uma ordem do tribunal. (Fonte: LUSA)

Documentos Relacionados:

Ofício enviado pelo Director da Direcção Geral de Energia e Geologia à CM Almada 

Ofício de enviado pela CM Almada ao Min. Economia


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Autarquia «estupefacta» com reiniciar das obras das linhas - SOL

23/09/08

Homenagem a "benfeitores" II

Homenagem a "benfeitores"

Caros Concidadãos,

Caras Concidadãs,

 

A Associação de Moradores contra as Linhas de Muito Alta Tensão de Almada congratula-se com a Vossa presença nesta sentida cerimónia e agradece desde já terem aceite o nosso convite a esta homenagem.

 

A preocupação do Senhor Primeiro-Ministro, Eng.º José Sócrates, em não alterar a lei é de facto… gratificante. Graças à sua governação, os moradores das freguesias da Charneca de Caparica, Caparica e Trafaria podem beneficiar das extraordinárias vantagens das linhas de alta tensão sobre as nossas crianças, as nossas casas, as nossas paisagens. Para si, o deserto da Margem Sul permite toda a espécie de malfeitorias, desde atentados à qualidade urbanística à degradação da saúde humana… aliás, outra coisa não esperávamos de si, Senhor Primeiro-Ministro! Infelizmente, por aqui, não temos computadores para vender…. Sabemos que se assim fosse, possivelmente honrar-nos-ia com a sua visita, qual parceiro militante. Ainda assim, dirigimos-lhe o convite: venha até cá, venha conhecer bem de perto o resultado da inoperância do Governo de V.ª Ex.ª… E, claro, se quiser, pode sempre adquirir uma das nossas casas…

 

Senhor Ministro da Economia e da Inovação, Dr. Manuel Pinho. Tem sido um privilégio relacionarmo-nos com V.ª Ex.ª! O silêncio ruidoso com que respondeu aos pedidos de audiência formulados, espelha bem o carinho que nutre pelos cidadãos. Agradecemos vivamente o desprezo a que nos votou! Sabemos do seu desejo, quiçá inveja, de também morar com tão boa vizinhança. A humildade que o caracteriza não permitiu que aceitasse a oferta para ser nosso vizinho. Mas, Senhor Ministro, esteja descansado, a oferta mantém-se… apesar da forte concorrência de Trajouce, Batalha, Celeiros…

 

Senhor Ministro do Ambiente, Eng. Francisco Nunes Correia. A nossa admiração por V.ª Ex.ª é proporcional à qualidade dos estudos de impacte ambiental tão bem encomendados e aceites pelo seu ministério. Nestes estudos, a audição das populações, das instituições, das autarquias não é prática corrente… só complica. Mas é com satisfação que soubemos da sua pretensão em alterar o nome do seu ministério… de facto, a nova denominação adequa-se melhor aos objectivos que tutela… "Ministério do Faz-de-conta", em cheio!

 

Senhor Presidente da REN. O seu gabinete está climatizado? Sente-se confortável? Há alguma coisa que o perturba? Não? Que alívio! São conhecidas as suas insónias, certamente provocadas pelo desassossego sentido pelo abuso a que a sua empresa pratica na instalação de linhas de alta tensão. Mas, Senhor José Penedos, descanse, os seus accionistas ficarão cada vez mais satisfeitos com os lucros exponenciais e ainda lhe agradecerão o brinde que é a imagem da REN: uma empresa que vive à custa de dinheiros públicos para degradar a vida e o património dos cidadãos. É difícil fazer melhor…

Senhores Accionistas da REN. V.ª Ex.ª fazem parte de uma nova e moderna geração de empresários de sucesso. Os nossos sinceros parabéns! Diz-se que as empresas que gerem são das mais avançadas em políticas de sustentabilidade social e ambiental. Bravo! Deve ser recompensador dar a cara por projectos empresariais tão inovadores e, por trás de acções em sociedade anónima, deixar a vossa avareza ser cúmplice em todo o tipo de ultrajes! Mas, atenção, estão a tempo de mudar o rumo e serem coerentes… para tal basta vontade!

 

Caro Professor Carolino Monteiro. Caro vizinho, a sua admiração pela alta tensão deveria contemplá-lo com um poste no seu quintal! Os gulosos milhões que pensou receber da REN para estudar os efeitos da alta tensão nos cidadãos são demonstrativos da confiança que tem na bondade das radiações. Mas, já se sabe, para virem os deliciosos milhões da REN é preciso agradar e, para agradar, é preciso ignorar que existem dúvidas quanto à ausência de efeitos das radiações electromagnéticas sob a população, é preciso ignorar os estudos que indiciam associações entre a exposição longa aos campos electromagnéticos e a maior ocorrência de doenças como a leucemia ou a doença de Alzheimer, é preciso ignorar os pareceres da Organização Mundial de Saúde e da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro. Como investigador, Professor Carolino Monteiro, estamos conversados.

 

Prezados Amigos, prezadas amigas

 

É com redobrada honra e satisfação que hoje nos encontramos neste local, que promete tornar-se paradigmático, para homenagear os benfeitores atrás nomeados. O seu esforço para prejudicar os cidadãos tem sido realizado com esmero e dedicação. Sentimo-nos completamente usurpados nos nossos direitos enquanto cidadãos. A Vós o devemos. A vós devemos a colocação de postes a 10m das habitações e a menos de 40m de escolas frequentadas por crianças de três anos. A vós devemos um traçado que põe em risco a saúde pública e a qualidade ambiental do município. A vós devemos uma lei onde o limite fixado para a exposição aos campos electromagnéticos é 500 vezes superior ao nível aconselhado pela Organização Mundial da Saúde. No limiar da modernidade, Portugal continua a viver sob o conhecimento do tempo da máquina a vapor. Aos nossos benfeitores, o nosso obrigado por tal privilégio!

 

Com esta homenagem pretendemos demonstrarmos-vos que são os nossos Golias de estimação e que não deixaremos de vos fazer frente e lutar por um país respeitador e promotor da qualidade de vida. Que esta homenagem lhes traga bom senso alterando o que parecia impossível de ser decidido.     

 

E desenganem-se se pensam que esta acção é uma mera acção de homenagem! Esta é uma acção de protesto: protesto contra a REN, protesto contra o Governo, é protesto a favor da saúde, um protesto a favor da vida. E fica aqui uma promessa: a REN e o Governo não terão descanso.

Na passada semana, o Governo e a REN enviaram à Câmara Municipal de Almada uma carta a intimar a autarquia a ceder os terrenos num prazo de dez dias. Esta intimação, além de inaceitável, desrespeitadora e ofensiva, é ainda ilegítima e ilegal. Sem nunca nos ter recebido, sem nunca ter acedido aos pedidos de audiência formulados pelos autarcas, Sua Excelência o Ministro da Economia anuiu em que o seu Director-Geral da Energia e Geologia, Dr. José Perdigoto, intimasse a Câmara Municipal de Almada a incumprir as deliberações camarárias e a decisão do Tribunal. O nível de prepotência é confrangedor!

 

Mas há ainda um outro nível de responsabilidade: a obrigação legislativa de limitar o valor das radiações a que as populações possam ser sujeitas. Neste sentido, vamos efectuar um pedido de audiência a todos os Grupos Parlamentares, para que promovam à urgente alteração da Lei que tem permitido os atropelos por parte da REN em todo o país.

 

Esta homenagem é a emergência de um movimento, progressivamente mais forte. Com esta galopante pressão anti-democrática, a REN e o Governo pretendem silenciar as populações que estão, ou irão ficar, debaixo dos seus arraias de estruturas metálicas e cabos de alta tensão.

 

Mas a grandiosidade da placa de homenagem que hoje descerraremos será proporcional à inoperância do Governo, à bizarria da REN, à ironia desta cerimónia.Participem na colecta para comprarmos 51% da REN e colocarmos os postes junto às residências de governantes, gestores, accionistas e colaboradores da REN. Esta homenagem é para eles.

 

Muito obrigado!

28/01/08

Moradores em Almada lançam petição nacional para alteração da lei!

A Comissão de Moradores contra a Linha de Muito Alta Tensão em Almada lançou hoje, dia 28 de Janeiro, uma petição à Assembleia da República, pela alteração da Lei que rege as Linhas e Instalações Eléctricas de Alta Tensão, em nome da precaução e em defesa dos cidadãos.


Ao longo dos últimos anos, Portugal tem vindo a assistir a um crescente interesse por parte das cidadãs e dos cidadãos, relativamente aos potenciais riscos associados às radiações provenientes dos Campos Electromagnéticos (CEM) das linhas de transporte de energia eléctrica.

No último ano, foram diversos os protestos de moradores preocupados com a proximidade destas estruturas das suas habitações e de estabelecimentos de ensino, legitimadas pela ausência de consolidação científica que garanta a inexistência de efeitos adversos para a saúde humana derivados da exposição prolongada a estas radiações.

A actual lei portuguesa manifesta-se profundamente desactualizada face às incertezas da ciência e às diversas recomendações de organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde.

Com esta petição, a Comissão de Moradores pretende que a Assembleia da República promova a necessária alteração legislativa que garanta a efectiva aplicação do Princípio da Precaução face às radiações provenientes de Campos Electromagnéticos produzidos pelas Linhas e Instalações Eléctricas de Alta Tensão.

A petição, que junto se envia, foi igualmente lançada online (http://www.petitiononline.com/linha150/petition.html).

A Comissão de Moradores contra a Linha de Muito Alta Tensão em Almada

Faça aqui download do ficheiro e ajude-nos na recolha de assinaturas.


Pedido de Reunião com a Comissão Eventual para o Acompanhamento da Implantação da Linha Muito Alta Tensão

Exmo. Senhor

Presidente da Assembleia Municipal de Almada


A Comissão de Moradores constituída por representantes de Pêra, Palhais, Quinta de São Francisco dos Matos, Quinta da Morgadinha, Quinta de São Macário, Vale Rosal e Directores do Colégio Campo de Flores e Externato Sol e Mar, vem por este meio solicitar a V.ª Ex.ª o agendamento, com carácter de urgência, de uma audiência com a Comissão Eventual para o Acompanhamento da Implantação da Linha Muito Alta Tensão.


O objectivo deste agendamento prende-se com a ausência de informação relativa à constituição, funcionamento e deliberações que têm sido tomadas pela comissão descrita em epigrafe.

Conforme deliberação da AMA de 19 de Dezembro 2007, onde é referida a “ligação aos residentes e organizações locais, através das respectivas estruturas representativas”, e considerando as solicitações de informações por parte dos moradores, face à continuação da colocação dos postes da LMAT, urge um esclarecimento formal a esta comissão.

Sem mais a acrescentar,

Com os melhores cumprimentos,

Comissão Moradores contra a Linha de Muito Alta Tensão em Almada